
Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro acorda. C.G.Jung
Fiquei muito tempo sem contato com o admirável mundo do psicólogo Carl Gustav Jung, o homem que me fez descobrir que dentro de mim tem lama e ouro.
Perdi muito tempo da minha vida não me conhecendo, mas as pedras de ouro que estão dentro de mim, começaram a ser garimpadas e lapidadas. E para tanto, precisei de algumas lições de Jung e de alguns sopros de sensatez e profissionalismo da Dra. Sâmia Rodrigues, psicóloga que me atende e me vê com o peso e a medida do ouro e da lama que o meu interior tem.
E foi assim que eu descobri que no fundo de tanta lama, escondia também algumas pedras de ouro, e eu trouxe, só depois de tanto tempo, as pedras de ouro para a superfície da lama.
Como fazer o ouro flutuar sobre a lama?
Esse é o meu mais novo segredo.
Muitos vão às academias cultuar o corpo do outro para tentar agradar sendo igual ao outro, pois que olham para fora e por isso, sonham sempre ser o que o outro, possivelmente, é na sua superfície.
Mas eu segui as linhas tortas desse princípio, entrei na contramão, e enquanto muitos praticam algum esporte, eu pratico afeto. Meu lado mais tendencioso é o da emoção, perdidamente descompensado da razão. Foi o diagnóstico da lama para o ouro.
E quando abri os olhos dentro de mim, eu adquiri o estranho hábito de cultuar a anima. Por isso pratico afeto, porque o afeto para mim é alimento que me fortalece enquanto pessoa, enquanto humana, enquanto mulher.
E foi assim que eu comecei a abrir e fechar os braços sempre que eu encontro quem amo. Eu sei abraçar tanto quanto o garimpeiro sabe garimpar. E reaprendi a lição de Jung. Hoje reconheço o belo de longe e emprestando os versos de Safo de Lesbos, posso até dizer:
Quem é belo
é belo aos olhos
- e basta.
Mas quem é bom
é subitamente belo.