ISTO EXPLICA
Adriane Garcia, p. 23 do livro O nome do mundo, 2014
Não fui a menina dos undergrounds
Das agitações noturnas...
Das leituras insólitas
Dos dionisíacos saraus
Meu campus era o campo
Onde eu cavoucava batatas
E ficava feliz, se raro, era doce
Vivi na terra vermelha
Sem xampu, mamãe tentava
Alisar-me os cabelos
Ver se ficava branca
Eu parecia
Mas havia um banzo
Adriane Garcia, p. 23 do livro O nome do mundo, 2014
Não fui a menina dos undergrounds
Das agitações noturnas...
Das leituras insólitas
Dos dionisíacos saraus
Meu campus era o campo
Onde eu cavoucava batatas
E ficava feliz, se raro, era doce
Vivi na terra vermelha
Sem xampu, mamãe tentava
Alisar-me os cabelos
Ver se ficava branca
Eu parecia
Mas havia um banzo
Negra acima de tudo
A alma
Por sorte aprendi a ler
E consegui decifrar as placas
No navio
Cheguei atrasada
Uns mil anos
Para a aula
Sobre Rimbaud.
(resolvi postar hoje esse poema, porque acho saudade um bicho roedor e vim protestar a ausência desta poeta no face book. Aquele espaço precisa de pessoas criativas, sensíveis e inteligentes, na medida do possível e às vezes do impossível.) Pronto. Recado dado.
A alma
Por sorte aprendi a ler
E consegui decifrar as placas
No navio
Cheguei atrasada
Uns mil anos
Para a aula
Sobre Rimbaud.
(resolvi postar hoje esse poema, porque acho saudade um bicho roedor e vim protestar a ausência desta poeta no face book. Aquele espaço precisa de pessoas criativas, sensíveis e inteligentes, na medida do possível e às vezes do impossível.) Pronto. Recado dado.
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