A mãe conta histórias da vida real ao seu filho mais novo. Juntos, sentados na velha cadeira de balanço, ela lhe fala do dia de trabalho que teve e das conversas que por lá ouviu. O filho sempre escutando atentamente, até que um fato tira a paz do diálogo e do balançar da cadeira.
A mãe teria escutado a amiga chamá-lo de Meia Nove. Impaciente ele, que já havia ouvido esse apelido em outras histórias das amigas da mãe, arrebatou em um desânimo quase infinito:
— Mãe, pede paras as tuas amigas me chamarem pelo meu nome. Diz mãe, que o meu nome é Sessenta e Nove. Eu não sou Meia Nove. Repete, se preciso for, Sessenta e Nove vezes o meu nome para elas, mãe. E diz também para elas que eu sou feliz com esse nome que os teus poemas me trouxeram. É assim que está escrito no meu registro e é assim que eu quero ser chamado, Sessenta e Nove. E é assim que tem que ser.
Adorei :) Ainda mais com esse nome prodigioso,para quem ler os teus lindos poemas.
ResponderExcluirBeijos
Mas a mãe ao parir o filho, deve saber que ele está exposto ao mundo, e que novas interpretações irão surgir...seria a morte do autor, que tanto nos fala nosso querido Foucault?!
ResponderExcluirGrandes Beijos
É, minha cara Ábia... é o filho que me pede para lembrar o leitor do seu nome. Não eu. Eu, desde que o tive, já tenho o meu (des)nome. Pois que sou InFama. Agora também estou em Foucault.
ResponderExcluirCamille, meu bem, é sempre muito bom te ver, nestas páginas e nas outras páginas da minha vida real.
ResponderExcluirLinda sensibilidade. Nossa, tenho que lhe dizer que foi um enorme prazer conhecer este seu caçula. O erotismo delicado, a poesia da ligação, sempre estiveram entre minhas leituras e produções preferidas. Agradeço-lhe mesmo prof. Giselle, grandes beijos :*
ResponderExcluirAss: Alan