MANIFESTO PELO PLANO
MUNICIPAL DO LIVRO, LEITURA E BIBLIOTECA DA CIDADE DE SANTA MARIA DE BELÉM
DO GRÃO PARÁ
Estamos nas ruínas do Norte, os
livros são pedaços de muros destruídos e as pedras são as irresponsabilidades
políticas jogadas contra nós. Atingidos, ficamos por um longo período embaixo
dessas pedras, quase imobilizados.
Precisamos limpar a
poeira dessas ruínas.
E QUAL É O PLANO?
O plano é abrir os olhos para
ver melhor o mundo. Pelas lentes embaçadas, pelos limites do olhar sobre a
lapela da farda dos coronéis, não poderemos mais seguir quase existindo.
Precisamos existir. Apagar o quase e existir. Ainda que os riscos se aproximem,
ainda que uma bomba de palavreado estoure nossos ouvidos gritando, dando as
ordens de sempre. O Plano é abrir os olhos para as palavras que dormem nos
livros. Manter os olhos no foco de um mundo novo e pleno de ideias e jamais nos
deixar abater. Avante! Seguiremos avante pelos quatro eixos. Queremos o que nos
foi prometido: Democratização do Acesso, Fomento à Leitura e Formação de
Mediadores, Valorização da Leitura e Seu Valor Simbólico e Fomento à Cadeia
Criativa e a Cadeia Produtiva do Livro. Avante! Avante pela criação da lei de
incentivo e promoção da leitura nas ruinas do Norte, para fazer o pó da poeira
virar ouro. Avante e, se preciso jogaremos no rio o elixir do gigante!
Assim, a partir de hoje, nesta
cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará, neste Polo de Resistência
Guamazônica, fica decretado que nossas paredes serão bibliotecas, nossos
telhados serão livros de literatura dando moradia à sociedade e nossas cabeças
serão o lugar de pensar e de fazer agir o pensamento.
Depois disso, as bibliotecas se construirão também dentro de
cada um de nós e teremos vozes para os nossos argumentos.
Giselle Ribeiro
(escritora paraense)
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