Profa. Juruema Bastos e Giselle Ribeiro - em setembro de 1993. |
“Numa revoada azul de pássaros cantando,
descem-me ao coração as saudades.”Paul Verlaine
...mas, eu venho de um tempo em que Ensinar rimava perfeitamente com Amar.
E pela ordem natural da história Ensinar e Amar jamais formavam rima pobre,
porque o coração era mais esperançoso, dentro dele havia riqueza que não se
comprava, porque também não se vendia.
Eu venho de um tempo em que a primavera parecia morar dentro das Pessoas
(Professores) de Letras. Nesse tempo, eu via flores saindo das bocas sempre que
de lá Camões se pronunciava pelos olhos e pela voz das Pessoas de Letras e das
mesmas vozes saia sempre um “nunca contentar-se de contente”.
Eu venho de um tempo de NÂO competir, mas de dividir, trocar saberes. E
nesse tempo não havia espaço para se sentir Senhor de todo conhecimento, porque
o conhecimento naquele tempo, bem sabíamos, era sempre um rio seguindo o seu
fluxo e renovando as suas águas.
Desse tempo, eu tenho grandes saudades...
p.S. Em memória da Profa. Juruema Bastos, uma
das Pessoas de Letras daquele tempo.
Giselle, sua linda, você me fez voltar no tempo e de repente vi-me entre os pavilhões do curso de Letras que emolduravam a poesia nossa de cada dia ali, nos tempos que não voltam mais. Juruema, para mim, foi, sem dúvida alguma, o ícone do professor apaixonado pelo seu Ensinar, deixando-nos apaixonados por ela e pela Literatura. Você me fez chorar...
ResponderExcluirEdnir, minha linda, teu comentário e choro vem confirmar que você também é do tempo que flores saiam das bocas das Pessoas de Letras. Façamos esse tempo voltar em nossa memória e assim choremos a ausência dele na atualidade. O nome disso é saudade. Beijo na tua lágrima.
ResponderExcluirGiselle, se souberes de outros admiradores, convide-os para se unirem a mim, pra gente fazer um sarau de autores portugueses em homenagem a ela. A missa de um mês será na Igreja da Trindade, às 18h00 do dia 26 de agosto (segunda-feira). Entra em contato comigo pra gente organizar o sarau.
ExcluirEu ainda pensava em vê-la e beber muito daquela fonte adorável. Mas infelizmente a morte não poupa nem mesmo quem jamais imaginamos perecível. A professora Juruema tem uma importância definitiva na minha vida, na minha formação como pessoa humana e profissional. Eu a amarei eternamente e farei tudo para manter sua memória viva.
ResponderExcluirAh Helder, meu caro, eu bem sei o quanto é difícil, nos dias de hoje, mantermos o aprendizado de ser Gente, Pessoa Humana que ela nos deixou... mas vamos seguindo na tentativa de acender essa chama por onde passarmos. E ela deverá sorrir de alegria lá no céu com a nossa tentativa. Abraço e vamos fazer esse sarau sarar a nossa ferida e perda.
ExcluirProfessora Giselle, que postagem linda! Percebo através de suas palavras que esse tempo ainda não acabou, pois nas aulas que a senhora ministra vejo flores saindo de sua boca e até. posso sentir o perfume delas. Só posso crer então, que ensinar ainda rima com amar. Parabéns, por nos mostrar isso! Cleidiane Arouche.
ResponderExcluirCleidiane, minha linda de voz firme e iluminada, o sopro da tua fala, chegou primeiro no meu celular e me fez chorar de emoção, porque você, com o seu dizer, me fez perceber que o tempo da Profa. Juruema me ensinado as delicadezas dessa vida, ainda está vivo dentro de mim... ainda que a presença física dela não mais esteja comigo, a presença do que aprendi tem fôlego eterno. Obrigada por me fazer crer que aquele tempo ainda vive em mim. Beijo
ExcluirPoxa, sua escrita me faz sentir saudades desse tempo realmente bom: o das leituras portuguesas durante as aulas da professora Juruema e o tempo da não competição.
ResponderExcluirHá alguns meses tive a graça de encontrar juntos professor Pedro Rocha e professor Alírio. Nossa, meu coração saudoso sorriu.
Professora Juruema foi homenageada em nossa colação de grau e retribuiu o carinho pedindo que uma aluna (Léa Fernandes) fizesse o gesto de "outorgar-lhe" o grau. Léa, toda nervosa, colocou o anel no dedo da grande professora. Rsrsrsrs
Não sabia que mais um ciclo havia se fechado...
Dora
É Dora, a Profa. Juruema subiu a escala dos diamantes brilhando no céu e de lá as nuvens se enchem da poesia portuguesa. Quando a saudade apertar, vamos olhar para o céu é ver nuvens com o rosto de Camões? Obrigada, minha linda, por lembrar de outro pedaço dessa história. Abraços.
ExcluirFui aluna da professora Juruema. Mulher de uma elegância incomparável, em todos os sentidos. Aprendi muito com ela, conhecimento para além da sala de aula. adorava ouvir suas histórias e seus conselhos. Também sinto falta, hoje, de calor humano. Entramos na modernidade e realmente achamos o "andar solitário entre a gente."
ResponderExcluirbjs
-Josy Sousa-