Profa. Juruema Bastos e Giselle Ribeiro - em setembro de 1993. |
“Numa revoada azul de pássaros cantando,
descem-me ao coração as saudades.”Paul Verlaine
...mas, eu venho de um tempo em que Ensinar rimava perfeitamente com Amar.
E pela ordem natural da história Ensinar e Amar jamais formavam rima pobre,
porque o coração era mais esperançoso, dentro dele havia riqueza que não se
comprava, porque também não se vendia.
Eu venho de um tempo em que a primavera parecia morar dentro das Pessoas
(Professores) de Letras. Nesse tempo, eu via flores saindo das bocas sempre que
de lá Camões se pronunciava pelos olhos e pela voz das Pessoas de Letras e das
mesmas vozes saia sempre um “nunca contentar-se de contente”.
Eu venho de um tempo de NÂO competir, mas de dividir, trocar saberes. E
nesse tempo não havia espaço para se sentir Senhor de todo conhecimento, porque
o conhecimento naquele tempo, bem sabíamos, era sempre um rio seguindo o seu
fluxo e renovando as suas águas.
Desse tempo, eu tenho grandes saudades...
p.S. Em memória da Profa. Juruema Bastos, uma
das Pessoas de Letras daquele tempo.