terça-feira, 28 de março de 2017

Página de Jornal Nenhum

    Entrevista do Jornal Nenhum com a poeta Giselle Ribeiro:
Você tem um livro publicado chamado “69” e vai lançar outro no mesmo gênero. Como é escrever para adultos?
- É com caneta. É com papel. Às vezes no computador; Às vezes com celular. Às vezes na areia. Não tem segredo maior que se despir de algumas amarras e mandar ver. Assim como se escreve os outros gêneros. É preciso compreender que o amor é natural, nos alertou Drummond, naquele livro em nada proibido.
Como você se tornou desbocada?
- Talvez eu não tenha chorado quando nasci e, quem sabe, me deram um tapa na boca e eu desboquei. Há quem diga que eu engoli o capeta. Que eu sou uma vergonha. Que eu não deveria ser convidada para palestrar. Que eu só falo disso. Mas eu falo. Não me calo. E falo de outras coisas também, da mesma grandeza. Falo de viagens em aspiral no “Isso não é um livro. Isso é um caracol” (2014). Neste livro vou me arrastando pelos nossos escombros e derrubando muros.
Ele também tem poemas eróticos?
- Eu já disse que não me calo. Então se no meio de outro gênero, esse aparecer, ele vai dar a sua cara para ser beijada e não mais para baterem. É preciso entender que o amor é natural e que ele aprece em algumas curvas da nossa história.  
Então você se considera uma pervertida?
- Naturalmente.
Fecham as cortinas. A poeta levanta, pega água para beber. Bebe e lava a alma.
Finda a entrevista sem revelar mais sobre o próximo livro de poemas eróticos. Mas sabemos que já está quase concluído.
 

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