quarta-feira, 31 de agosto de 2011

É PARA LÁ QUE EU VOU


Imagem do filme BAGDAD CAFE

E PARA LÁ QUE EU VOU
(texto tecido para Rosa Brasil em dia de aniversário, depois de reler Onde estiveste de noite. p. 95 de Clarice Lispector)


Um dia, se me perguntarem:

─ Como você construiu todo esse Império?

Devo dizer que a pergunta, já foi dita tantas e tantas vezes que o ouvido dói e cansa... Mas a resposta, também foi dita tantas e tantas vezes e os desavisados não souberam ouvi-la.

Hoje, eu resolvi escrever no papel da sua tela, o que o ouvido não quis ouvir e talvez os olhos consigam ver:

─ Todo esse Império vem de uma herança, do tempo em que a terra era sem forma, vazia, escura e coberta de água. E Deus disse: haja luz.

E desde então todo esse Império acende muito mais que apaga dentro de mim. Porque dentro de mim há alegria quase infinita, luz que ilumina quando há escuridão. E é para lá que eu vou.

"PARA ALÉM da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto
─ é para lá que eu vou.
A ponta do lápis o traço.
Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, a ponta da espada, a magia ─ é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.
Parece a história de alguém que foi e não voltou
─ é para lá que eu vou.
Ou não vou? Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas. Realidade? eu vos espero. É para lá que eu vou.
Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra ”tertúlia” e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que vou."

Todo esse Império, não foi construído com tijolo, cimento ou areia. Todo esse Império vem da alegria de me saber humana, herança divina e do desejo de que dentro de você também haja luz.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

COM QUE ROUPA EU VOU?



Nos últimos dias criei, em mim, o hábito de cantar mais.
Andei pedindo para a Senhora Felicidade se nutrir de mim, me abraçar com força e sem qualquer desejo de me desprender.
Ela fez cara de impossível, mas ainda assim, parece ter deixado a torneira da alegria ligada em mim.
Não sei o que será do dia de amanhã, mas hoje a torneira ainda jorra alegria, por isso hoje minha voz tem a letra de Noel Rosa:

Pois esta vida não está sopa
E eu pergunto: com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?

E o grande barato é saber que essa canção tem voz de poesia que pede para ser vestida pelo leitor...
Vão dizer que eu enlouqueci mais uma vez?
Eu não ligo.
Prefiro entender que poesia foi feita para isso mesmo!
Poesia foi feita para grudar na pele. Para te seguir. Para ser tua roupa. É mais ou menos assim, um belo dia você abre um livro e se depara com um texto que tinha marcado encontro com você... Sem que você soubesse. É claro.
O texto se mantém ali, bem dentro do livro, como se ele estivesse em um guarda-roupa. Não, melhor dizer guarda-texto. E no dia do encontro marcado ele entrará em você, nas suas medidas e irá com você pro convite do samba.

Eu acredito nisso. Se você não acredita, espere até o dia do encontro marcado.

Por falar em encontro marcado, estarei na XV Feira Pan-Amazônica do Livro, no dia 09 de setembro de 2011, às 17 horas, no Espaço do Escritor Paraense para tomar um Café das Letras com outros leitores e falar dessas loucuras que nos fazem tão bem.

Ainda vou escolher a roupa que devo vestir nesse dia...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

EQUILIBRADA NO FIO DA MINHA FELICIDADE



Não. De lá eu não caio, só se me empurrarem para o outro lado. Dessa felicidade eu não largo. Se quiserem me ver chorar, só se for um choro feito de felicidade.



E rir eu estou aprendendo. Pular na areia, também. Tomar banho no chuveiro público. Pode ser bom. Eu sou parte do público. Me vejo igual a todos...
E a onda de felicidade era tanta que me derrubava só pra me ver rir meu riso. E a família toda ria junto.



A praia era quase toda nossa e nos avisava: Hoje preparei um espetáculo e lhes ofereço fortes ondas de emoção.

Esses dias têm sido assim...