terça-feira, 29 de novembro de 2011

MINUTOS ANTES DO REALEJO


Apresentação do grupo Realejo - Livraria Saraiva - Belém-Pará

Sempre que vejo o barco da minha vida, me ponho a rimar... Rimar
rumo ao alto-mar, da minha vida. E ela me pede com voz mansa:

- Vamos viver só de poesia?

E eu que trago no peito uma brisa branda de muita paz, conquista dos tempos de maremotos, aceito de imediato o desafio e acendo as velas todas do barco da minha vida. Minha vida pega fogo rimando, rimando contra ou a favor da maresia e, olhando nos olhos largos da minha vida, com alegria devolvo o desafio:

- Vamos viver só de poesia?

E saímos brincando de esconde-esconde nas linhas tortas da minha vida.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

EM DIAS DE TEMPESTADE, COBERTOR DE PELE



Engenharia feita. Medidas exatas do tamanho do estrago da arrebentação. Náufragos. Todas as mentiras lançadas contra mim, serão náufragos. A paisagem era assim: minha praia de água doce invadida por ondas fortes de mentiras, falseamento da verdade, tramas. E minha jangada vinha vindo ao longe mansamente, como as esperanças tandas que tenho. Vi no meio de tanto mar, ondas de mentiras avançando vorazmente. Abri o mapa, prendi a bússola na mão esquerda e mostrei a paisagem ao meu amor.

Meu amor me disse:

- Não dê ouvido maior ao barulho dessas ondas e, lembre que durante a noite Poseidon dorme em nossa jangada e durante o dia come no nosso prato. Quando chegarmos em terra firme, desocupe o seu ar sério. Vamos ao Parque de Diversões.

Meu amor entende de nuvens que andam e sabe o que fazer com o resto de nossas vidas...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CLÉO BUSATTO VESTE MADAME HOMERO



Um livro de poemas quando cabe perfeitamente no leitor, se enche de prazer e se diz ter nascido para isso. Foi assim com o meu Pequeno Livro de Poemas Para Vestir Bem. Mandei o livro em um envelope acompanhado de uma carta manuscrita para Cléo Busatto e pedi à ela que abrisse aquele pequeno objeto como quem abre um guarda-roupa e se precisasse de agasalho para os dias de frio, aquele objeto lhe daria. Se precisasse de roupa leve, para os dias de verão, aquele pequeno objeto também lhe daria... E foi assim que aquele pequeno objeto chegou até a casa interior de Cléo Busatto e foi recebido com o calor fraterno dos que sabem ouvir e contar histórias.
Conheçam o depoimento de Cléo Busatto quando entrou no Pequeno Livro de Poemas Para Vestir Bem:

“Na beira do Guajará vive uma morena que escreve versos com tinta branca e tem um sorriso que parece lua cheia. Quando recebo carta dela é uma alegria, por que vem poesia. É quando ela aumenta o volume da palavra só para fazer ruído térmico no ouvido do leitor. E leio:

MADAME HOMERO

Dei à ela uma cadeira de balanço,
uma roda de crianças
e um tabuleiro de Grimm e Perrault...

E ela me deu sua moeda mais valiosa.

Ergueu os braços como se fosse voar,
fez gestos largos como se fosse me abraçar,
e do seu coração embrasado
fez soprar histórias para ninar e acordar.

E foi assim que ela entrou na minha casa
com sua numerosa família
e todos os e noites faz nascer em mim
a Mulher-Sol e o Homem-Lua.
(p.55)

Leio, não, saboreio como se faz com fruta suculenta, vinho fino, ambrosia e outras especiarias, cada rima de Pequeno livro de poemas para vestir bem.
Com poesia assim, tem que ter gosto bom. E a palavra-imagem de Giselle Ribeiro escorre para dentro da gente, fácil, macia, ternura só. Deixa ela falar e ativar o sagrado em nós. É pra isso que existe o poeta.”

Texto gentilmente cedido e extraído do blog: http://cleobusatto.blogspot.com/2011/10/pequeno-livro-de-poemas-para-vestir-bem.html

P.S. Cléo Busatto desfila com a roupa que melhor lhe cabe, Madame Homero é um poema para Cleo Busatto, anuncia o Pequeno Livro de Poemas Para Vestir Bem.