segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ESPERANDO A IDADE DE BODAS DE PRATA



Então eu deveria contar a minha verdade?
Outro dia uma leitora me enviou uma mensagem perguntando se eu estava apaixonada. Meu impulso primeiro foi foucaultiano. Disse a ela para apagar o nome da autora da obra e assim a comunicação poética se estabeleceria. Na época ela lia o Pequeno Livro de Poemas Para Vestir Bem.

Pobre leitora viciada na vida dos autores!

E pensar que eu dei a ela o que ela menos queria.
Mas hoje, decidi ser mais generosa com a leitora. Acordei com vontade de conversar com ela e fazê-la entender que eu não posso dizer que estou apaixonada, porque o meu estado é de ser e não de estar.

Querida leitora vamos conversar escondidas de Michel Foucault?

Porque hoje decidi contar, só pra você, a minha verdade. Não sei exatamente qual o poema que te fez pensar na autora apaixonada, mas arrisco Declaração Individual do Primeiro Pecado, porque esse poema anuncia o meu estado e o estado de qualquer leitor comprometido, preso por vontade, que dorme e acorda ao lado do ser amado e sabe reconhecer o valor de estar presente na alegria e na tristeza.

Meu amor e eu já temos quase a idade de bodas de prata, por isso, cara leitora, insisto em te dizer que eu não estou apaixonada, eu sou apaixonada, porque gosto mesmo é de amor eterno.
E se Michel Foucault passasse por aqui agora, eu me esconderia dentro deste guarda-poemas e de lá sairia trajando a minha Declaração Individual do Primeiro Pecado como quem, com alegria, espera ao lado do ser amado a idade de bodas de prata chegar.

2 comentários:

  1. Que coisa maisssssssss linda! Fiquei emocionada!

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    1. Alessandra, meu bem, que bom que você achou linda a minha conversa com uma importante leitora e que também deve ter achado linda a minha verdade revelada só para aquela importante leitora. Fique com o meu abraço, que já, já nascerá outro em mim.

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