quarta-feira, 11 de abril de 2012

VER O PESO DE DOIS POETAS NA BALANÇA


Paulo Vieira e Daniel Leite reconhecendo o Peso Vero

Primeiro ouvi um barulho dentro da minha cabeça. Ouvi o barulho de rachadura do pensar a minha cidade. Comecei lendo Daniel Leite, poeta paraense. E depois de tantas páginas percorridas, ouvi mais rachaduras. Continuei lendo e avancei para as páginas do livro dividido com Paulo Vieira. E a rachadura concluiu o seu percurso: virou pó de pensamento. Acabo de ler dois poetas de Peso Vero. Um de pé firme na sua terra, Daniel Leite, poeta paraense de expressão regional. O outro de pé solto, desvairado, pé solto no ar, sabedor da sua cidade, mas cheio de liberdade. Paulo Vieira avança nas páginas do Peso Vero arrebentando a sua terra para plantar novos símbolos. Paulo Vieira, poeta paraense de expressão universal, traz homens de outras Nações para viver no Peso Vero, andar sob a sua escrita, pisar no chão do seu olhar poético. Vieira cura a cegueira de Homero e faz dele outro homem. Faz Homero beber Café com leite na casa de Prévert, relembrando “Il a mis le café dans la tasse” para então refazer “Ila preparava o café e o leite”. Enquanto isso, nas páginas primeiras lidas, Daniel Leite chama a Menina do café para lembrá-la do Peso Vero que a vida inspira, e enche a garrafa térmica daquela menina com o seu novo devir “Das paredes do mercado guardas essa noite infinda”.

4 comentários:

  1. Dois queridos amigos, dois monstros no manejo das palavras, suas ferramentas para desvendar o belo oculto no cotidiano. Que belo texto o teu, Poetamiga, para falar do peso vero desses dois irmãos de sonhos. Tiro meu chapéu e peço a bênção.

    ResponderExcluir
  2. Jura. Jura mesmo que não estou vendo coisas que não existem? Jura que você esteve aqui e nos leu? Jura(ci) achares melhor assim. Pois que esse é o homem que entrega seu coração em nome da literatura andante. Obrigada pelos olhos postos em tudo o que falo desses meus loucos amores. E desculpa o jogo com teu nome. Jura(ci) assim achares melhor. Abraço meu pra você se cobrir nos poucos dias de frio daqui.

    ResponderExcluir
  3. Como é bom ler o que vc escreve.
    Bom seria,se eu tbm falasse a mesma lingua que vc.
    Mas me conforto em só ler.
    Beijos com todo o meu carinho.

    ResponderExcluir
  4. Minha RayLINDA, e se eu te disser que no começo era a leitura, só depois é que veio a minha escrita. Acho, de verdade, que você pode tentar escondidinha escrever e depois você avança mais um pouco e depois um pouco e um pouco. E pronto assim será possível falarmos a mesma língua. Com meu carinho embrulhado no linho pra você.

    ResponderExcluir