Desde tempos, não muito
remotos, só vou ao mar com colete salva-vidas. Os medos que tenho me roubam o
exercício do novo, mas nem por isso me tiram a sede. Gosto de água como quem
gosta de pão quente com margarina qualy, depois das três da tarde. E essa
também sou eu.
Se ainda vivesse no
tempo de água em pote, pensaria em ter um caso com o pote só para sair abraçada
com ele sem grandes estranhamentos, sem que a mim dissessem: Lá vai a louca do
pote. E ter o prazer de ouvir: Lá vão o Sr. Pote nos braços da sua bem-amada Sra.
Água. De tanto beber água, eu já teria a confusão do que sou. Eu já seria a fusão do sólido com o líquido, eu já seria água. Se ainda vivesse no tempo de água em pote.
Mas os tempos mudaram e chegaram os filtros e os galões de água. Nem por isso perdi o gosto de beber água. Dou várias voltas do meu quarto até a cozinha, encho o copo me fartando, na tentativa de sair do estado sólido para líquido.
Agora, tenho ensaiado entrar no galão e ficar vendo peixes de toda cor passarem por mim.
Gosto de água como quem gosta de pão quente com margarina qualy, depois das três da tarde. E essa também sou eu.
Texto lindo! Assim como você, muito transparente.
ResponderExcluirAdorei.Senti saudades das madrugadas,trazido por você, meu copo de água.Carinhosamente beijos em seu Coração.
Ah minha RayLinda, às vezes uma saudade me come por inteira e eu deixo de ser água para ser toda saudade.Prometo deixar alguns copos de água para as madrugadas de julho de 2013. Com meu abraço um pouquinho demorada, para ser bem saboreado.
ExcluirTeus textos sempre lindos, sempre poesia que tambés és tu.
ResponderExcluirAh, também gosto de pão quente com margarina qualy! rsrsrs
Isabel
Bel, minha querida, sinto falta da tua leveza e poesia por perto de mim. E então te vejo equilibrada no Fio da minha Vida. Meu abraço embrulhado no linho para você.
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