terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ULTRASSONOGRAFIA DO FILHO QUE EM MIM SE FAZ OU UMA CONVERSA DE ANJO

Ultrassonografia. Na barriga de Giselle Ribeiro mora o mundo.



REGISTRO DA CONVERSA DE MÃE E FILHO:                  

 −Mãe, já estou quase todo formado.
 
  −Sim filho. E o que falta para a tua boa formação na minha gestação?

  −Tenho já o corpo todo bem definido: pés, pernas, barriga, braços, mãos, dedos, cabeça, olhos, boca, nariz... Mas, orelha eu ainda não tenho. E dela preciso para ouvir o que o leitor pensa de mim, se gosta de mim, do que lhe digo ou se não gosta e por que não gosta? Sem orelha como vou ouvir a voz do meu leitor me decifrando em sons que pedem para serem executados?

 −Filho, talvez essa minha gestação dure o dobro de nove meses para o ciclo se completar. Talvez vinte e sete meses, ou trinta e seis meses, quem sabe? Agora sou eu que te digo da paciência e da calma necessária para o teu nascimento.

 −Mãe, fala com a DaniElle Fonseca, a artista visual, a tua Elle. Mãe, pede para Elle cuidar da minha orelha. Afinal, segredar ventos de felicidade e paz na orelha dos meus irmãos fazendo o perfeito complemento para eles, é uma especialidade dela. Eu também quero uma orelha cheia de ventos de felicidade e paz. Fala com Elle mãe! Por favor, diz pra ela que isso é tudo o que eu preciso neste momento. Só não me deixa ir ao mundo sem a audição dos silêncios que pedem para serem preenchidos.

 PAUSA NA CONVERSA DE MÃE E FILHO...

 ...na barriga de Giselle Ribeiro mora o mundo, guardado, enrolado, já quase pronto para vim ao mundo.


                                          

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Dessa barriga já sairam muitos outros filhos. Acredito que já acompanhei dois ou três gestações dessa grande mãe das palavras. Torço para que esse mais novo membro, dessa família, seja perfeito como seus irmãos. Não tenho dúvida de sua perfeição, pois sua mãe tem se dedicado incansavelmente para traze-lo ao mundo e nele, assim como seus irmãos poder mudar um pouco da realidade de quem conviver com você.
    Estou aguardando esse novo parto.


    Priscila Wanzeller

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  3. “segredar ventos de felicidade e paz na orelha dos meus irmãos fazendo o perfeito complemento para eles”

    Sua escrita é tão leve e tão séria... Você diz de uma forma leve e bela o quê e como quer.
    Gostei muito!

    Adriana Cunha

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    1. Ah, então Adriana, você gosta de doidos? Acho que sim, porque eu sou doida de carteirinha. Ser normal é muito chato! Risos. Se ainda assim você não se assustar comigo, siga avançando no outros textos. Tem mais doidices como essas nas postagens anteriores.
      Brincadeira. Eu só sou doida 99% do dia. O resto do dia eu me atrevo a ser normal.

      Abraços e desculpe a brincadeira.

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  4. Rsrsrsrs

    Não há o que desculpar. Se as descobertas continuarem assim, digo a você que quando eu crescer, quero ser doida como você.

    Adriana Cunha

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