imagem de Gabriela Itubide
(imagem gentilmente arrancada do hospício moinho dos ventos)
depois desta
sexta-feira, 21 de setembro
Filas e filas de pessoas conversam sobre
coisas desimportantes. Às vezes acham até bárbaro o estado de dizer asneiras
desenfreadamente. Poucas, bem poucas, sentam para uma conversa de encantamento e
outras diabruras. Era disso mesmo que eu queria falar, de boa conversa e diabruras.
Depois de hoje, aprendi a respirar
com Ney Ferraz Paiva e Nilson Oliveira. Depois de hoje, inspirar pode ser
estabelecer contato com o pensamento deles através da boa conversa. Escutá-los
é inspirar. E, expirar pode ser expandir, fazer chegar ao outro tudo o que ouvi
deles e que me fez crescer demasiadamente.
Um dia, me disse Ney Ferraz Paiva, o poeta é afinador de tempestades. Mas,
tem sido muito difícil mudar a paisagem, caro poeta.
E foi por isso que hoje, iniciei uma
boa conversa:
− não. se incomoda é porque quer sair.
− ah, sair de dentro de ti e ir embora?
− é.
−
acordei com um poema me incomodando.
−
se incomoda, é porque não presta.− não. se incomoda é porque quer sair.
− ah, sair de dentro de ti e ir embora?
− é.
Acordei um dia desses, depois das oficinas do Ney. E que oficinas! Renderam-me muita inspiração. Mas enfim... Uma certa manhã de sábado, acordei mau-humorado como sempre, mas em minha cabeça havia ecos. Ecos de um poema que, depois de ter saído de mim, foi se alojar diretamente no meu blog. Da forma que ele se alojou, lá ficou. Mas fiquei olhando ele e me perguntei se eu havia criado um monstro. Até agora não sei o que fiz, mas sei que fiz e ele está lá.
ResponderExcluirAh Rodrigo, meu querido, depois de aprender a respirar sem aparelhos, naqueles dias e naquela sexta-feira, vamos ter que examinar melhor nosso pulmão. Reveja quantas vezes for preciso, ou quantas vezes o texto te pedir para ser examinado. Isso também é respiração. Abraço poético pra você.
ExcluirÉ inspirando esse mesmo oxigênio que vivo um pouco mais, a cada dia. Compartilhar dessa expansão também é, para mim, uma forma de contemplar a beleza. Pena que eu não pude estar lá. Que bom que você nos permite a chance de vislumbrar o "belo".
ResponderExcluirbjs
Ah Josy, minha linda, você perdeu uma parcela boa da vida... Agora, acho que ainda pode ser feito alguma coisa, comece a ligar todos os dias para o IAP pedindo bis, e eu juro que vou fazer mais umas dez mil vezes esse aprendizado. Abraços meu pra você, minha lindinha.
ExcluirAi se você soubesse o quanto gostaria de estar lá com vocês ... deve ter sido incrível!Saudades!Elle.
ResponderExcluirElle, é você mesmo andando aqui na minha casa? Hum sinto cheiro de Paz dentro e fora do mundo. E por falar no assunto aprendendo a respirar com essas duas feras, sei que você precisa de umas moedas para pagar o próximo trem que nos conduz ao aprendizado deles. Na próxima vez prometo pedir ao maquinista liberar a catraca pra você entrar de graça. Risos de alegria ao te ver aqui. Com meu abraço para a mulher que sabe fazer orelhas ferverem em livros.
ExcluirGiselle,muito grato pelo afeto e pela imensa generosidade. Da minha parte fiz apenas ruídos - eu sempre digo "vou virando animal pela voz". E se vocês me ouviram como eu ouvi vocês, senti a força de uma poesia que se desprende de vocês para a vida - não será que acaba que somos todos animais? animais da partilha, animais da troca, animais circulando por toda parte a escrita? Grande abraço a todos.
ResponderExcluirNey, querido amigo, você deve saber um dos meus segredos: eu tenho generosidade, mas a minha verdade é bem maior que a minha generosidade. Não adianta se esconder, você não vai escapar da minha verdade. Você e Nilson me fazem crescer e isso é muito bom. Por isso tenho o hábito lhes procurar e de silenciar para lhes escutar. Meu carinho segue nessas linhas.
ExcluirEu já o examinei, caríssima Giselle. Aparei suas unhas e seus cabelos. Isso não o fez deixar de ser monstro, mas agora mesmo o vejo como uma quimera que me encanta. De certa forma, ele deve encantar alguém. Se não me encantar, o que adianta postar ou aceitá-lo? Obrigado, Ney, obrigado pelo oxigênio de cada dia. Agora ele vai ser de cada dia mesmo. Foi um prazer imenso ser o leitor-mor (risos). Foram duas semana que eu preferiria que fossem um semestre. Se fizeste ruídos, eles foram suficientemente fortes para meu ouvido de bicho, meu ouvido de lobo.
ResponderExcluirRodrigo, querido, vou te empurrar para uma página da Clarice Lispector: "PARA ALÉM da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou." Pensemos por longas horas sobre isso... E depois voltemos às nossas escritas, os nossos monstros.
ExcluirRodrigo? Aqui só há Oliver (risos)! Vou aceitar a sua proposta e Passar a ver minhas quimeras como meus diamantes. Super abraço Poético! Evoé, Giselle, evoé... Até mais ver!
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ResponderExcluirOlá giselle-ribeiro-aprendiz-de-poeta por favor de uma olhada no meu blog. Tem um conteúdo legal.
Meu Blog: vl35.blogspot.com.br
Eh, Oliver, leitor-mor, a leitura arrasta um mar atrás de si - ler poesia, a grande poesia que pode estar em qualquer lugar e quase nunca está - de tão rara - mas encontrá-la, e com ela o grande autor, é incomparável. A gente entra numa cavidade da rocha, do duro dia. Abraços
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